16/07/2010

TRABALHO E SANTIDADE

O que é ser santo?

Santo é aquele cristão que faz a vontade de Deus guiado pelo Espírito Santo. Tal direção pelo Espírito Santo supõe que a pessoa procura sempre estar na Presença de Deus, por meio de um desapego das coisas terrenas, e por um silêncio interior que, ultrapassando pensamentos e reflexões paire na admiração amorosa, adoradora de Deus Jesus Cristo.
E este silêncio deve ser fomentado e alimentado pela oração que acompanha as ações cotidianas, feitas com a consciência de serem elas a Vontade de Deus.
E, nada melhor para colaborar com a Vontade Divina do que lembrar que JESUS foi, durante 30 anos um operário, marceneiro, carpinteiro, humilde e silencioso em Nazaré.
Dai´a importância de termos a Mística do Trabalho.

2 - E o que é o Trabalho?

O Trabalho é a "expressão mais radical da Pessoa Humana". Pois é no trabalho que a Pessoa Humana pro-fessa externamente o seu EU. Daí o nome que se dá ao trabalho de profissão.
É no e pelo trabalho que a personalidade descobre os seus dons, suas habilidades e forma o seu caráter. Trabalho e Pessoa Humana se identificam. UM faz a outra, e a outra marca o outro!
E, se é "o homem que faz a história" é pelo trabalho que a história se marca.Daí o Papa João Paulo II dizer que o "trabalho é a causa essencial de todos os problemas sociais".
Resolver com justiça o problema do trabalho, é resolver automaticamente o problema social, econômico e político.
Daí se pode afirmar que o "trabalho é o eixo da história". As eras da história se marcam e sucedem de acordo com o tipo de trabalho.Era Muscular, Era do Instrumento, Era da Máquina e Era da Tecnologia.
Luta de classe, justiça salarial, participação popular na política são realidades que se resolvem com o Trabalho tendo VOZ com VEZ de VOTO na vida interna da empresa.

3 - Santidade e Trabalho

Exemplos: São Francisco de Assis fundou uma ordem de frades trabalhadores. Ele rompeu com uma tradição de vida religiosa em sua maioria monástica, onde os grandes mosteiros eram proprietários de grandes terras, cultivadas por camponeses submissos aos monges.
Francisco saiu das paredes enclausuradas, e foi viver na rua, nas estradas, nos campos, onde ele e os frades encontravam trabalho e aí comiam, e ao final recusavam receber dinhairo em recompensa. E, enquanto trabalhavam, pregavam o Evangelho pela palavra, pelo exemplo e pela oração.
A santidade deles era conquistada ou realizada vendo no trabalho a Vontade de Deus.
Foi uma reviravolta na história da Igreja: surgiu uma nova era no Cristianismo vivido. Oração e ação, vida religiosa e o mundo externo, santidade e trabalho não se contradiziam. Antes, se conjugavam.
Era a descoberta da vontade de Deus nas coisas pequenas da vida diária e do trabalho.
São José Maria Escrivá veio renovar tal mística na Igreja, mística que de novo estava sendo esquecida pelo ritualismo, pelo emocionalismo, pelo pieguismo e pelo excepcionalismo.

"Sê santo , trabalhando na presença de Deus!".
Em uma época, como a nossa, onde a tecnologia arrisca ser a dominadora da vida humana, ressuscite em sua vida a espiritualidade do trabalho santificado e santificador.
Este é um dos objetivos principais da Pastoral do Mundo do Trabalho: fazer os trabalhadores serem homens com opinião, com participação na vida interna da empresa, transformando assim a empresa em uma comunidade de irmãos.

Frei Luís Maria Alves Sartori, OFM
Assessor da Pastoral do Mundo do Trabalho


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11/07/2010

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
Para nós cristãos e para a sã Filosofia o trabalho é a expressão mais radical da pessoa humana. Por isto o trabalho não só mostra a dignidade do trabalhador, mas nos mostra o dever e o direito de ter voz com vez de voto na vida interna da empresa, ou seja, na direção da vida empresarial. Tal verdade nos leva a transformar a empresa naquilo que ela deve realmente ser, a saber, uma comunidade.
Durante 30 anos Jesus em Nazaré trabalhou como carpinteiro: quantos móveis, cadeiras, armários, portas foram feitas por Ele! Conhecido como carpinteiro, marceneiro e construtor de casas, quantas amizades e relacionamentos fez de Jesus, “um dos nossos”. Quanta amizade Ele cultuou com os nazarenos!
Sua freqüência nas Sinagogas fez com que Ele sentisse a aplicação dos textos bíblicos a sua Pessoa. Como conseguiu Ele esconder Sua divindade? Certamente pela humildade de coração. Diante de Maria e de José, como teria Ele explicado o escondimento de sua divindade e a Sua missão de Redentor? Era tal a sua identificação com seus conterrâneos que fez com que ao se revelar fizesse com que depois dissessem Dele: -
“Ele é um dos nossos!“
Em casa Maria e José sabendo da divindade de Jesus, como o teriam e ao mesmo tempo, teriam dado ordens a que Ele teria que obedecer?
Provavelmente cada dia, Jesus se encontrava com seus amigos
na Praça de Nazaré e com eles “batiam um papo” sobre vários assuntos. Imaginamos que Ele abordava temas religiosos, trechos da Bíblia bem como assuntos sobre o seu trabalho e das encomendas feitas a Ele pelos cidadãos de Nazaré. A simpatia de Jesus deve ter atraído para Ele grande número de amigos. Em ocasião de alguma morte de seus concidadãos Jesus devia confortar os parentes com palavras de grande certeza sobre a vida eterna.
Quem tem fé e vê a Deus sob vários aspectos, no trabalho, terá uma fonte de energia inteiramente nova e inesgotável para lutar pela sua elevação, pela sua humanização, pela sua libertação.
Oração de Jesus Trabalhador
Ó Jesus Trabalhador, Vós que fizestes do trabalho o eixo em torno do qual a Humanidade se sucede em era manual, era do instrumento, da máquina e da tecnologia, Vós que fizestes do trabalho “a causa essencial de todas as realidades e problemas sociais” (João Paulo II);
-Fazei com que todos os que com o suor “do seu rosto”, pelo seu trabalho sustentam a vida humana, tenham participação na vida interna da empresa, com voz e vez de voto na propriedade, na direção e no lucro.
Que o trabalho seja uma ação humana em que “o homem em ação” afirme a sua dignidade de pessoa consciente e livre, responsável e sociável e as empresas formadas pelos trabalhadores sejam uma comunidade humana na qual empresários, executivos, operários e funcionários vivam em fraternidade levando assim a sociedade e a espécie humana a viverem em paz. Assim seja.